sábado, junho 30, 2007

Bem-vindo Verão



O Verão bateu-nos à porta no passado dia 21 e em boa altura, uma vez que já todos desesperávamos pela sua chegada. O triste Inverno já se foi, mas ainda se vai intrometendo no nosso dia-a-dia.

Aproveitando o famoso microclima desta praia, hoje, apesar de as nuvens ameaçarem as Caldas com uma valente chuvada, decidi tirar as nalgas do sofá e arrastei-me até à Foz.

Ao descer a rotunda do Green Hill deparei-me com uma imagem estrondosa. Tudo parecia perfeito, a luminosidade era ideal, a imensidão de mar parecia um espelho onde se reflectia perfeitamente o céu azul que o tolda, as Berlengas pareciam encontrar-se a uns metros da costa, a temperatura que invadia o interior do meu carro fazia adivinhar um fim de tarde magnífico. O cenário perfeito.
Hoje tomei o primeiro banho do ano e acho já que foi um dos melhores que vou tomar este ano.

Bem-vindo Verão.

quinta-feira, junho 07, 2007

Piratas


Não me baseio em qualquer documento histórico para confirmar o que escrevo aqui hoje, mas parece que em tempos, a lagoa da Foz do Arelho foi um porto dominado por embarcações piratas. Sim, estão a ler bem, piratas. Piratas como estamos habituados a ver em filmes, com barba, pala no olho, perna de pau (estes ainda se podem comprar no café mais próximo) e papagaio ao ombro. Bem talvez não tanto vestidos a rigor.

Lembro-me de ser puto e me contarem isto e lembro-me também que existia à saída da aberta (ligação maritima entre a lagoa e o mar) um mastro de madeira que se avistava quando a maré estava baixa e o mar estava calmo. Diziam-me "aquele mastro foi um antigo barco pirata que ali naufragou".

Naqueles tempos a Foz devia ser ainda mais fantástica, com a lagoa, que em tempos foi bem profunda, a albergar dezenas de navios piratas. Na costa, a Foz deveria servir de albergue aos piores ladrões do mundo de então, que se deliciavam com o rum do Côcos da altura, ou seria ginja que vinha de Óbidos? Não sei, mas na altura é que se deviam passar umas boas férias na Foz.

terça-feira, junho 05, 2007

O que eu mais gosto na Foz - Parte IV

Quem vem à Foz ao fim de semana, seja em que altura do ano for, encontra sempre alguém a passear, alguém que foi só ver o mar porque tinha saudades, alguém que só lá foi almoçar. Mas fora dos meses de Verão e durante a semana esse alguém não existe.
Não haver ninguém na Foz durante a semana não tem propriamente uma explicação científica porque há cada vez mais pessoas a viver ao pé do mar e que preferem acordar no mar e fazer kilometros para ir trabalhar ou para ir à escola. Por não haver nenhuma explicação lógica tive de arranjar uma explicação ilógica.
A explicação é simples, toda a gente gosta de saber que a Foz está vazia, que a Foz é só deles, é deste sentimento de posse e de exclusividade que se fazem as grandes paixões, daí que ninguém saia à rua, daí que fiquem todos a espreitar pela janela e a olhar para a praia deserta a pensar para eles mesmos - "Não há ninguém na rua nem na praia, há pessoas mesmo burras...esta praia maravilhosa e ninguém a passear..."
Resultado: Ficamos todos em casa a olhar lá para fora, a julgar que somos os únicos que apreciamos e percebemos a Foz, que as poucas caminhadas pela rua ou pela praia são uma leve tentativa de perceber porque razão não há uma multidão a gozar a melhor praia do mundo. E ainda bem que só poucos a entendem...